domingo, 6 de abril de 2014

Desfile de...Livros?

“Os livros viraram o objeto de decoração da moda dos endinheirados. Se eles não têm familiaridade com a leitura, arquitetos e decoradores vão a campo. Esses profissionais aconselham a compra de coleções completas de obras de literatura, filosofia e história para decorar as salas. Livros de autoajuda, só no quarto.
Parte das peças deve ser garimpada em sebos, para transmitir idéias de conhecimento sólido, erudição. Entre as opções básicas para demonstrar inteligência já na mesinha de centro, está o “ambiente moderno”, cuja composição exige livros alegres e coloridos, de artistas como Miró, Picasso, Mondrian. Acreditam-se que eles dão vivacidade ao espaço.”
                                                                                    Paloma Cotes

Picasso, Miró e Mondrian devem estar se remexendo no túmulo com essa moda atual. Antigamente a escrita era quase um dom, linguagem era poder (e é até hoje). Expresso em forma de leitura era uma arte poder decodificar letras, símbolos e ver uma mensagem transmitida. Na Idade Média apenas o clero tinha o domínio da linguagem com a finalidade de controlar os fiéis e ao longo do tempo esse conhecimento foi se disseminando a todos.

Um caso curioso e recente até aqui no Brasil foi de um menino que furtou livros para estudar, pois, não tinha condições de comprar os livros. E o que a justiça fez? Prendeu. Triste. Triste ver uns poucos esnobando “conhecimento”, se exibindo em design para fingir que sabe de algo. Quantos deles, modinhas, sabem o conteúdo de um livro com tamanho conhecimento? (pausa para reflexão).

Enquanto isso outras pessoas não endinheiradas apenas querem estudar, buscam um futuro melhor para si mesmas e até mesmo crescer intelectualmente. Sobre essas pessoas, tenho uma grande convicção que elas não usariam os livros para decoração da sala, pra exibirem erudição. Livros não têm lugares físicos específicos, contudo, é supérfluo estarem apenas para exibição. O melhor lugar para um livro é a memória, porque é ali que ficam guardadas as mensagens transmitidas.

Linguagem é poder. Seja ela expressa em livros da época do humanismo ou mesmo em livros artísticos desde que seja para fins benéficos, afinal um bom livro sempre deixa uma boa história para contar e aprender.



segunda-feira, 24 de março de 2014

O Tempo não para ♫

Tempo... Se tem uma coisa que devora a tudo e a todos é o tempo, é como diz a música “Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos”. Da mesma forma que ele separa as pessoas, une. Lento para uns, veloz para outros. Tudo depende da situação e ponto de vista.

Quando nos ocupamos de algo todo tempo é pouco, ao passo que, quando existe de sobra chega a ser irritante. O tempo é um mago. Planejamos coisas, porém, só ele nos trará a certeza da realização.

Imprevisível como um terremoto, ele é cheio de incertezas, e, para uns, essas incertezas cortam como faca. Em alguns momentos torna-se o seu pior inimigo a ponto de conduzir ao desespero.

Todavia o tempo trás felicidade, na rotina o sorriso de uma criança alegra muitos pelo resto do dia, quando se vê um bebê nascer ou até mesmo em trabalhos sociais espalhados pelo mundo. Eu mesma já dei dinheiro um homem que não tinha uma pena e a outra estava debilitada, detalhe: ele estava jogado na calçada e ninguém olhava pra ele. Espero que o que eu fiz tenha contribuído para a recuperação daquele moço, A sensação de ajudar é indescritível.

O tempo é um mago, o tempo é um mago, é o tempo que te faz enxergar tudo o que ficou pra trás. E esse tudo (pare pra pensar na vida) valeu ou não valeu à pena?



domingo, 9 de março de 2014

"Say no to racism"


“Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele.”
Martin Luther King

Ultimamente, tenho escutado denúncias de racismo vindas da TV, fazendo apelo as torcidas para tal comportamento. Não vou dizer que não acompanho esporte, já fui mais seguidora; hoje só vejo por cima. Mas não posso deixar de opinar sobre isso. Bom, a situação é a seguinte: um juiz, do Rio Grande do Sul, e um jogador, de um time de futebol da Baixada Santista, sofreram racismo (casos separados).

Não é de hoje que isso acontece; é prescrito em lei o crime e o que me choca nisso tudo é a TV fazendo a campanha de não ao racismo no esporte ao mesmo tempo em que ela própria mostra, de forma escancarada, o racismo por meio de propagandas e novelas. É muita hipocrisia contida em um veículo de comunicação. Se você reparar: nas propagandas de bancos em que é retratado o sonho de se ter uma casa ou um seguro de vida, a família apresentada, na maioria das vezes, é branca e tem um padrão de vida elevado; nos outdoors de colégios tops, os “estudantes propagandas” são brancos em maioria... Um ou outro é negro “pra fazer a média”; em novelas, moram nos bairros de luxo gente branca e nas favelas, gente negra. Sem contar a ridícula reportagem do Fantástico falando que a favela é um lugar seguro como propaganda aos que vierem assistir aquele evento inútil que ocorrerá no meio do ano (Globo Lovers, respeitem minha opinião).

Outro fato que eu quero comentar, agora no campo da moda: Quantas bonecas negras famosas existiram? Segundo minhas pesquisas, algumas. Como referência, usarei a Barbie. Antes da 1ª Barbie negra, existiram outras duas bonecas (anos 60) a Tammy e a Misty, mas, com traços caucasianos.A primeira, de fato, foi uma prima da Barbie chamada de “Colored Francie”, mas, ainda com traços caucasianos. As mais conhecidas estão em edição de colecionador e homenageando celebridades como Naomi Campbell e Diana Ross. Até na moda, além de ditar padrões, discriminam.


É triste todo esse racismo tanto lá fora como aqui, e ainda tem brasileiro que acha que aqui não tem racismo ou que só gente branca é rica e gente negra é da favela. Eu já morei em um local em que,ao redor, só tinha favela.Também, no meu tempo de colégio, voltava com transporte escolar, e passava inúmeras vezes no meio de uma favela. Posso dizer com propriedade: tem muita gente branca lá. Ser branco não é ter padrão elevado de vida como se mostra na globo, não é comer carne Friboi, não é nada disso. É ser como qualquer outra pessoa seja ela branca, negra, parda, e etc. Os direitos na constituição são iguais. É ridículo esse racismo desenfreado, ainda mais aqui, “país sem racismo”. Até por que com tamanha miscigenação, não temos uma raça definida, somos vira latas. Com um pouquinho de história e mente aberta, talvez, as coisas possam começa a mudar.

sábado, 8 de março de 2014

Uma luta eterna

Todo dia é dia da mulher, clichê? Sim, mas é uma verdade incontestável, apesar de termos um dia especial em destaque todo dia é nosso, não somos mais apenas as donas de casa, PODEMOS SER O QUE QUISERMOS e sabe por quê? Porque podemos executar qualquer função, nos acostumamos bem a tudo.

Não vou dizer que não existem preconceitos contra nós, existe sim. Eu, por exemplo, fico irritada quando caminho pela cidade e vejo algumas propagandas de faculdades onde os cursos ‘’mais bem vistos pela sociedade’’ são representados por homens, eles podem até ser a maioria, mas, nós lutamos pra conquistar nosso espaço. Um dia eu li uma crônica ou uma coluna (não me recordo) que falava de palavrão e comecei a reparar: a maioria dos palavrões faz uma referência feminina, por exemplo: FDP, quem representa a letra P? Pois é, isso é muito chato; Em vista disso, proponho o FDP diferente: o FDP agora é o filho do político, porque eu quero que o P seja homem (mas por quê político? Porque a maioria dos políticos hoje em dia não age mais com honestidade e transparência  e também porque político é uma palavra masculina– minha opinião).

Apesar de todas as adversidades, me orgulho de ser mulher, de poder ter a liberdade de lutar pelo que eu quero, de conciliar minhas responsabilidades dentro e fora de casa, de ter TPM, sobreviver a TPM, mudanças de comportamento, cólicas infernais e etc. (é dureza, mas, da pra sobreviver com a TPM nada como um chocolate e um café que não resolva (: ) e se que saber, eu gosto disso.

Me orgulho de todas as lutas em prol da nossa liberdade e igualdade, a que eu gosto de citar é quando a mulher ganhou o direito de votar e quando a Hebe gracinha imortal se tornou  a primeira apresentadora na televisão.Mas,  a que eu mais tenho orgulho de citar foi a que eu presenciei, foi quando em um momento de dificuldade na minha família, meu pai precisou da ajuda da minha mãe, antes ela ficava em casa cuidando apenas de mim e da minha irmã (eu tinha uns 12 anos e minha irmã 3), e lógico que ela foi ajudá-lo, ela o ajudava e auxiliava no trabalho, mas, depois  foi crescendo e ganhou o reconhecimento pelo trabalho, tanto que foi promovida, ela sempre me diz “Busque sempre o seu melhor no que faz e faça direito, porque se você fazer de qualquer jeito, é trabalho redobrado”, pois é, tenho muito orgulho da minha mãe. Outra pessoa que eu não posso deixar de citar é minha tia avó paterna, por conta da sua benevolência, ela cuidou do meu tio avô por um bom tempo até ele morrer, mas, antes disso ela teve alguns trabalhos em fábricas e ela os executava tão bem que os patrões não queriam dar a demissão dela quando ela pedia, ela tinha muita força de vontade, ela tinha um sonho, mas, não pôde realizá-los por falta de recursos, mas, ela foi feliz com o que trabalhava. Essas duas mulheres são exemplo de garra pra mi e são nessas duas que eu me espelho, tenho orgulho de ser mulher e um dia eu sei que vou contribuir pra esse mundo, pra quando eu for velhinha, poder olhar pra trás e ter orgulho de ter lutado por tudo o que eu quis.  Somos grandiosas sim, somos tudo, somos o que quisermos ser.

                                     Feliz dia internacional da mulher.