“Os
livros viraram o objeto de decoração da moda dos endinheirados. Se eles não têm
familiaridade com a leitura, arquitetos e decoradores vão a campo. Esses
profissionais aconselham a compra de coleções completas de obras de literatura,
filosofia e história para decorar as salas. Livros de autoajuda, só no quarto.
Parte das peças deve ser
garimpada em sebos, para transmitir idéias de conhecimento sólido, erudição.
Entre as opções básicas para demonstrar inteligência já na mesinha de centro, está
o “ambiente moderno”, cuja composição exige livros alegres e coloridos, de
artistas como Miró, Picasso, Mondrian. Acreditam-se que eles dão vivacidade ao
espaço.”
Paloma Cotes
Picasso,
Miró e Mondrian devem estar se remexendo no túmulo com essa moda atual. Antigamente
a escrita era quase um dom, linguagem era poder (e é até hoje). Expresso em
forma de leitura era uma arte poder decodificar letras, símbolos e ver uma
mensagem transmitida. Na Idade Média apenas o clero tinha o domínio da
linguagem com a finalidade de controlar os fiéis e ao longo do tempo esse
conhecimento foi se disseminando a todos.
Um
caso curioso e recente até aqui no Brasil foi de um menino que furtou livros para
estudar, pois, não tinha condições de comprar os livros. E o que a justiça fez?
Prendeu. Triste. Triste ver uns poucos esnobando “conhecimento”, se exibindo em
design para fingir que sabe de algo. Quantos deles, modinhas, sabem o conteúdo
de um livro com tamanho conhecimento? (pausa para reflexão).
Enquanto
isso outras pessoas não endinheiradas apenas querem estudar, buscam um futuro
melhor para si mesmas e até mesmo crescer intelectualmente. Sobre essas
pessoas, tenho uma grande convicção que elas não usariam os livros para
decoração da sala, pra exibirem erudição. Livros não têm lugares físicos
específicos, contudo, é supérfluo estarem apenas para exibição. O melhor lugar
para um livro é a memória, porque é ali que ficam guardadas as mensagens
transmitidas.
Linguagem
é poder. Seja ela expressa em livros da época do humanismo ou mesmo em livros artísticos
desde que seja para fins benéficos, afinal um bom livro sempre deixa uma boa
história para contar e aprender.
É verdade, e eu não tinha me dado conta dos livros de Arte em cima da mesa de centro! Vi um monte de residências assim. Dos outros comprados a metro, já sabia. Que horror. Como as pessoas se gastam no quesito 'representar'. Tempo jogado fora.
ResponderExcluirAbraços.